Workshop do Sebrae, em Petrolina, ensina como ganhar dinheiro através da inovação

O auditório do Petrolina Palace Hotel, com capacidade para 80 pessoas, ficou lotado com a
presença dos 106 candidatos a inovadores do workshop do Sebrae/Foto Carlos Laerte


“Custa caro inovar? É para o porte da minha empresa?”. Estas e outras perguntas de empresários em todo o Brasil vem sendo respondidas através de workshops do Programa “Faça Diferente- Inovar é um ótimo negócio”, fruto de uma parceria entre o Sebrae e a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei). Em Petrolina, a Unidade de Negócios do Sebrae no Sertão do São Francisco reuniu 106 empreendedores, professores e estudantes no auditório do Petrolina Palace Hotel, na manhã desta quarta-feira (29), para o workshop “Como a pequena empresa pode lucrar com a inovação”. Durante as 4 horas do evento, os participantes puderam presenciar 1 palestra e 2 apresentações de casos de sucesso empresarial na região, bem como tirar suas dúvidas sobre como inovar no Vale do São Francisco.
Professor universitário com pós-graduações na área administrativa realizadas no exterior, lead auditor, diretor do Anpei e consultor para áreas de gestão organizacional, Maurício Luiz Szacher foi o responsável por esmiuçar o tema da palestra para os participantes. “Ações inovadoras - sejam elas de caráter radical ou apenas de incremento de produto, voltada para o mercado ou apenas em nível empresarial - podem trazer tanto aumento na receita de vendas quanto redução de custos, promovendo o lucro certo para as empresas”, apontou Szacher.
O palestrante deu até dicas de como ser inovador. “Fazer uma cópia melhorada de um serviço já prestado, ou firmar parcerias com universidades, fornecedores e até mesmo os ‘concorrentes’ são ótimas estratégias. O que não pode é ficar parado. Inovar se tornou uma questão de sobrevivência”, declarou.
Após a conferência, vários participantes fizeram perguntas sobre a situação da fruticultura irrigada no Vale e os incentivos ao funcionamento de novas empresas. Gestora do Projeto de Fruticultura Irrigada da Unidade de Negócios do Sebrae no Sertão do São Francisco, Maria Regina de Santana aproveitou para ressaltar a importância do Sebrae e de outras instituições no apoio e na capacitação das pequenas empresas inovadoras.
“Possuímos vários programas de qualidade total que já foram implementados há mais de três anos nos núcleos dos perímetros irrigados da região, e nos municípios de Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó. Nosso maior intuito é que essas micro e pequenas empresas e associações se capacitem para que recebam certificação PIF e GlobalGap”, afirmou Maria Regina. No final do evento, ela citou também o Sebrae Próprio, um programa de 5 etapas que ajuda o empreendedor a iniciar seu novo negócio, assessorando-o na elaboração do plano até o registro de sua empresa.
Logo após um coffee-break, começaram as apresentações de casos de sucesso. A viabilização da Central de Negócios da Aprisco (Associação Agropecuária do Vale do São Francisco), a primeira no Nordeste e no segmento da caprinovinocultura, surpreendeu bastante os presentes pela organização e pelos rápidos resultados.
Em menos de 1 ano, a Central realizou missões técnicas em todo o Brasil, capacitou 46 famílias de 5 núcleos produtivos para a extração e beneficiamento da carne e do leite de cabra, montou a estrutura de um laticínio que aguarda verbas para funcionamento e firmou uma parceria com a Prefeitura Municipal de Santa Maria da Boa Vista, que realiza compra direta do leite produzido. Com todo esse trabalho, a previsão de faturamento bruto em 2009 é de R$ 231.228,00, apenas com execução dessa compra direta.

Regina Santana, uma das gestoras do Sebrae , destacou as ações de apoio e capacitação para pequenas empresas inovadoras da instituição/Foto carlos Laerte


A Aprisco já possui um plano de metas para 2009 e 2010. Segundo o Gestor Financeiro coordenador de trabalhos para APL da caprinovinocultura da Associação, José Américo Barros Leite, a instituição visa, entre outros objetivos, a padronizar seus produtos com uma marca, fornecer incubação de projetos de pesquisa, ampliar o número de grupos de produção, aplicar o conceito de comércio justo na venda dos produtos, dar início ao funcionamento do laticínio e realizar eventos na área. Entre os grandes parceiros da Aprisco, estão, além da Prefeitura e do Sebrae, a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) e a Codevasf.
O segundo caso de sucesso foi o projeto do Instituto Tecnológico de Pernambuco(Itep), cujo objetivo era introduzir na região a produção de suco de uvas com baixo custo e características próprias, bem como, implantar uma unidade de pesquisas para que a tecnologia pudesse ser adotada pelas pequenas empresas da área. “O objetivo maior dessa pesquisa, no entanto, é criar condições para que os produtores parem de exportar apenas matéria prima e passem a comercializar produtos manufaturados”, explicou Márcia Lira, Superintendente de Inovação Tecnológica do Itep.
Ao final da pesquisa, que foi pioneira na região e durou 24 meses, foram produzidos bons sucos a partir de três cultivares de uva e construída, nas instalações da Embrapa Semiárido, a Unidade de Processamento de Uvas para Suco. O projeto, que contou com apoio do Cefet, Embrapa, CNPq, Sebrae e Finep, foi paralisado por conta do fim do financiamento, mas deve ser retomado assim que o escritório do Itep estiver instalado em Petrolina. “Produzimos uvas o ano inteiro. Abasteceremos o mercado sem ter gastos excessivos e ofereceremos um produto fresco, de boa qualidade”, finalizou.

Da Assessoria de Imprensa/Clas Comunicação & Marketing